Dívidas: saiba o que é o endividamento de risco

Por Isabella Paschuini

Atrasar a fatura do cartão de crédito, aguardar o aviso de corte na conta de luz, fugir do amigo de quem está devendo um almoço… Pois é, estamos falando delas, as tão temidas dívidas.

Dívidas são um assunto tabu e lidar com tabu não é tarefa fácil. Porém, a Netflix resolveu facilitar a nossa vida e colocou o assunto em pauta. (Obrigada, Netflix!)

Agora, falar sobre dívidas (ou ao menos pensar sobre elas) se tornou inevitável para milhões de pessoas que assistiram a série coreana “Round 6”.

Na produção, que se tornou a série mais vista da história da plataforma, pessoas endividadas participam de jogos que prometem um grande montante de dinheiro aos vencedores, mas os custos para os que perdem são, digamos, irreparáveis (nada de spoilers por aqui, gente).

Cena de ‘Round 6’, série da Netflix que se tornou a mais vista da história da plataforma de streaming (foto: YOUNGKYU PARK/Netflix/Divulgação)

Na vida real, assim como na badalada série, há quem acumule dívidas que parecem impagáveis.

Mas em que momento as dívidas colocam alguém na categoria de endividado(a) de risco?

Homem branco, com a cabeça abaixada e mãos na cabeça. Em cima da mesa, há vários objetos, como calculadora, papéis e caneta. Ele parece preocupado com dívidas.
As dívidas podem tirar o nosso sossego, mas com planejamento e autoconhecimento é possível ficar livre delas. (Foto: reprodução)

Tipos de dívidas

Tem dívida que é boa? Depende. Um financiamento da sua casa própria pode ser um bom exemplo!

É muito comum, no entanto, que as dívidas sejam um sinônimo de descontrole, de corda bamba, e isso explica também porque muitas pessoas até evitam pensar nas próprias dívidas. Explica, mas não justifica, não é mesmo?!

Segundo o Banco Central do Brasil, uma pessoa é considerada endividada de risco quando se encaixa em duas ou mais destas quatro situações a seguir:

  1. É inadimplente, ou seja, tem uma ou mais dívidas de crédito ou parcelas atrasadas há mais de 90 dias;
  2. Gasta mais de 50% da renda mensal só pra pagar o serviço das dívidas (ou seja, os juros e taxas, sem contar o valor principal);
  3. Deve ao mesmo tempo: crédito rotativo (o saldo não pago do cartão de crédito), cheque especial (aquela gordurinha que o banco dá para gastar mais do que tem na conta corrente, mas que não é de graça, né?!) e algum empréstimo pessoal não consignado;
  4. Sobram menos de R$ 439,03 no mês após pagar o serviço das dívidas. Esse valor é considerado a tal “linha de pobreza”.

Vamos ver um exemplo prático?

A Joana aproveita todos os produtos de crédito que o banco dela oferece: cheque especial, empréstimo e rotativo do cartão. Além disso, ela tem um financiamento que está atrasado há mais de três meses.

Por mais que ela ainda tenha dinheiro para fazer um passeio e viva uma vida normal, a Joana já é considerada endividada de risco! E dá pra imaginar o risco, não dá?! Uma despesa imprevista que apareça, mais a multiplicação dos juros do cartão, e ela pode perder o controle.

Você conhece alguém nessa situação? Será que pode ajudar de alguma forma?

Saiba que organizar e listar as dívidas já é um importante primeiro passo! Lembre-se: dívidas têm jeito, e você pode ajudar alguém a sair dessa!

Vamos juntos nessa missão?

Isabella Paschuini é diretora de Estudos Comportamentais da Multiplicando
Sonhos e mestranda em Ciências Comportamentais na London School of Economics (LSE)

Saiba mais

A série “Round 6”, da Netflix, não é recomendada para menores de 16 anos.

Para mais informações, acesse o relatório Endividamento de Risco no Brasil, da série Cidadania Financeira, produzida pelo Banco Central.

Leia nosso último post: http://www.multiplicandosonhos.org/2021/11/12/transforme-sua-vida-financeira/

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