Mude seu comportamento e acerte suas finanças

Quando o assunto é educação financeira, a primeira coisa que vem à cabeça das pessoas é ter controle do quanto se ganha e do quanto se gasta. Porém, o que muita gente não sabe é que as finanças pessoais estão muito mais relacionadas ao comportamento do que à matemática.

Uma pessoa endividada não está nessa situação somente porque não somou e dividu corretamente as despesas. Existem diversos traços de personalidade e questões comportamentais que levam as pessoas ao descontrole e a gastar mais do que se tem. Pode ser apego, compulsão, carência, solidão e outros fatores psicológicos ou não, como o desemprego, por exemplo.

A educação financeira é fundamental para nortear condutas financeiras (foto: Reprodução)

Por isso, educação financeira não é só somar, dividir e no fim das contas fazer sobrar para imprevistos ou para poupar. É muito mais sobre autoconhecimento, autocontrole e planejamento, do que uma regra matemática aplicável a todos. Cada realidade exige um plano diferente.

Uma pessoa que ganha um salário mínimo, que hoje está em torno de R$ 1.100, certamente não conseguirá destinar a mesma porcentagem à reserva que uma pessoa que ganha um salário maior, por exemplo.

É possível que uma pessoa com um salário razoavelmente alto não consiga equiibrar suas finanças e ainda feche o mês no vermelho. Em contraparitda, há pessoas com salários bem limitados que pagam suas contas e no fim do mês ainda fazem sobrar dinheiro. O que tenho visto é que não importa quanto se ganha, mas o quanto se planeja. E o planejamento e consequencias dele não acontecem da noite para o dia, mas exige tempo e disciplina.

Fatores importantes nas finanças pessoais

Um fator importante a saber é que você só consegue poupar quando tem a plena consciência do motivo pelo qual está fazendo isso. Sem metas tangíveis e que tragam satisfação, a sua motivação para guardar dinheiro pode ser frustrada, pois nosso cérebro tende a buscar prazer. Por isso, as chances de você cair na tentação de fazer compras que não precisa são enormes. O ser humano é movido por desejos e os desejos são ilimitados.

Você mesmo pode comprovar isso: quando queremos comprar algo e não sossegamos até conseguir, a alegria da aquisição não dura muito e você já passa a idealizar uma nova compra. Pense na última vez que você comprou algo e o quanto tempo ficou feliz por aquela aquisição… Será que você realmente precisava daquilo? Aquele prazer momentâneo valeu realmente a pena? Será que pensar um pouco mais e manter o autocontrole te ajudaria a poupar aquele dinheiro? Ou até mesmo evitar o endividamento?

Quer testar seu autocontrole? Eu faço sempre e posso garantir que dá certo, pelo menos comigo. Eu costumo dizer que existem três frases milagrosas na hora da compra que podem evitar muitos desastres no orçamento:

1- Eu quero?

2- Eu preciso?

3- Eu posso?

Se a resposta for negativa para alguma das perguntas, não compre!

Defina metas

Lá em cima, eu mencionei que sem metas alcançáveis e satisfatórias, fica muito dificil guardar dinheiro e acertar suas finanças pessoais. O ideal é que se defina metas que trarão experiências, algo que você vai adquirir e ficará na memória por um longo tempo e não trará somente uma alegria passageira.

Uma viagem com a família no final do ano ou aquele computador que terá o preço reduzido na Black Friday e vai te ajudar tanto no trabalho são exemplos de metas que, eu diria, trarão satisfação e motivação para guardar dinheiro. Você definindo planos para seu dinheiro fica muito mais fácil controlar os impulsos e atingir seus objetivos. Um dos primeiros passos na hora de fazer um planejamento financeiro é definir para que você precisa do dinheiro no curto, médio e longo prazo e o quanto precisará.

“A educação financeira tem um papel fundamental como um norteador de condutas financeiras, fornecendo ferramentas para atingir objetivos”, explica Valéria Maria Meirelles, doutora em psicologia clínica com ênfase em psicologia do dinheiro e membro do Conselho Científico da Multiplicando Sonhos.

Planejamento é fundamental

Pesquise, saiba quanto custa e coloque no papel cada um dos seus sonhos e objetivos. Depois, adeque à sua realidade e determine o que pode cortar das suas despesas e o quanto pode poupar. Ajuste suas contas, sempre tendo consciência do que é importante de fato para você e o que é dispensável.

“É a partir da definição de um objetivo que você vai se planejar e se posicionar para atingi-lo. Ao longo desse caminho, você vai desenvolvendo competências, olhando para suas crenças e valores e, assim, crescendo”, comenta Valéria. “As escolhas que fazemos da nossa vida também precisam partir do autoconhecimento a respeito das nossas capacidades”.

Que tal colocar essas dicas em prática e finalmente organizar suas finanças pessoais?

Você viu como acertar as contas é mais do que matemática? Depois me conta se o autocontrole ajudou nas suas decisões e quais os objetivos alcançou.

Colaboração: Giovanna Castro

Texto: Andréa Tavares

Andréa Tavares
É diretora de Comunicação e Marketing e membro do Conselho Científico da Multiplicando Sonhos. É entusiasta da Psicologia Econômica e acredita na transformação por meio da Educação Financeira.

Saiba mais

Leia nosso último post: http://www.multiplicandosonhos.org/2021/11/17/dividas-saiba-o-que-e-endividamento-de-risco/

 

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